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Triathlon Brasil 111

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No dia 17/09/2023 participei da prova Triathlon Brasil 111 realizada pela Triativa.
A prova acontece na Praia Mansa de Caiobá (litoral paranaense) nas distâncias sprint e 111, além de uma opção de revezamento no 111.

Eu fiz a distância 111 sendo 1k de natação, 100k de ciclismo e 10k de corrida. Essa edição foi válida para o campeonato Paranaense de Longa Distância.

Acho que foi a prova mais difícil que eu já fiz, começou com muita coisa saindo do controle, mas no final deu tudo certo.

Preparação

A primeira coisa que fiz quando decidi fazer essa prova foi conversar com minha técnica para ver se encaixava no calendário, considerando a Maratona já agendada para novembro e o volume de bike para o 111 seria no início do ciclo para a Maratona. A prova aconteceu no limite do calendário para dar tempo de me recuperar e fazer um bom ciclo para a Maratona.

Vamos aos treinos.

  • Natação: fiz um bom ciclo, senti que nesse ano minha natação subiu o nível;
  • Ciclismo: tive um pouco de dificuldade em manter consistência, nesse inverno choveu muito aqui em Curitiba e tivemos alguns dias muito frios;
  • Corrida foi outra modalidade que evolui muito, um mês antes do 111 fiz uma prova teste de 10k que ganhei 1º geral correndo para 37’46”.

Eu estava super confiante para prova, estava consistente na natação, correndo bem e apesar de tudo estava me sentindo mais forte no ciclismo. Então nas vésperas da prova tudo mudou, peguei uma virose, tive diarreia e perdi muito peso. A prova era no domingo e eu só fui conseguir voltar a comer na quarta-feira anterior, consegui voltar a comer o meu “normal” apenas na sexta-feira nas vésperas da prova e ainda com o certo incômodo no estômago.

Isso fez com que eu tivesse que mudar completamente minha estratégia de alimentação durante a prova. Conversei com minha nutricionista que me ajudou a adaptar a estratégia conforme a minha situação. Levei basicamente batatas cozidas e isotônico, além de muita esperança de que meu corpo aguentasse os 100k de bike com isso.

Como se não bastasse meu drama com a alimentação, às 17h de sábado fui calibrar os pneus da minha bicicleta e tive uma infeliz surpresa: havia entrado selante no extensor do bico que o fez travar, o pneu murchou e eu não conseguia encher. Aí começou outra emoção, achar uma roda dianteira na praia com tudo fechado. Na hora passei muito nervosismo, foram horas tentando consertar a minha roda enquanto procurava outra. Então tive muita sorte: um amigo do meu amigo que não iria fazer a prova estava com a bike dele no litoral e me emprestou uma roda.

Hoje sou muito grato porque passado o apuro comecei a refletir sobre o tanto de gente que se solidarizou e tentou me ajudar, tive amigos se oferecendo para descer de Curitiba para me trazer rodas, mandando mensagens motivacionais e com dicas do que eu poderia tentar fazer para resolver o problema.

A prova

Chegou o tão esperado dia, bike no cavalete com roda emprestada, alimentação que seria uma surpresa e muito calor (fez mais de 30º), seguimos para largada.

Larguei bem na natação, nadando solto e testando o corpo porque tinha passado uma semana em off me recuperando da virose (ainda tinha receio de um enjoo). Virando a primeira boia vi que meu corpo estava respondendo bem e comecei a aumentar o ritmo. Terminei a natação para 16min08 1:38/100 me sentindo super bem.

Fiz uma T1 bem tranquila, tirei o neoprene com calma, joguei uma água no pé, peguei a bike e seguimos para os 100k de bike.

O pedal foi o mais cruel que fiz na minha vida, foram 4 voltas de 23,5km na rodovia, mais 6km de percurso urbano. Já fiz 3 provas sprint nessa mesma rodovia, então os percursos que eu sabia que deveria estar a mais de 38km/h eu não passava de 30km/h e os watts estavam lá, mas a velocidade não vinha, pois durante todo o pedal teve muito vento contra! Senti que não seria uma prova fácil, por isso a cada 30 minutos comia uma batata, a cada 15 minutos tomava isotônico e água livre porque estava muito quente. Lá pelo km 55~60 comecei a sentir que minha coxa estava começando a querer queimar, muito cedo para isso e mais um alerta, ainda era metade da prova. Já pensei: “falta de gordura”, pois eu estava com meus estoques baixos devido a virose, então comecei a comer mais batata e na última volta me apareceu outro problema: faltando 15km para terminar o ciclismo havia diminuído o ritmo e estava sem comida, além de ainda ter que correr 10k.

Eu esperava terminar o ciclismo em no máximo 3h10, porém finalizei com 3h24. Entreguei a bicicleta na T2 com quase 30 minutos a mais do que o esperado, completamente esgotado e sentindo que o isotônico não seria o suficiente. Por sorte a barraca da Manocchio (minha assessoria) estava logo na saída da corrida e pedi um carbogel que consumi após 5 minutos, onde havia o primeiro ponto de hidratação.

Eu simplesmente amo correr beira-mar no calor! Não corri bem, mas naquele ponto eu não ligava mais, só queria terminar a prova e curtir aquele momento. Fiz a corrida inteira, agradecendo muito por poder estar ali, estar terminando a prova depois de tudo que tinha acontecido.

Linha de chegada cruzada: 4:33:58 tempo total de prova, medalha no peito, orgulho e satisfação enorme pelo aprendizado por mais um ciclo completo.

Quatro dias antes estava em dúvida se eu seria capaz de largar a prova, minha bike tinha dado problema uma noite antes.

Essa foi a prova da adversidade, da superação, a prova para agradecer por tudo e todos que me ajudaram a estar ali naquele momento.

Agora descansar e curtir o próximo ciclo.

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